"Criação e destruição são como dois lados de uma moeda:
a manhã morre para dar luz à tarde. A tarde morre quando nasce a noite. Nesta
cadeia de nascimento e morte, o dia é mantido" - assim como os equilíbrios
da historia da vida originam-se de recuperações criativas que sucedem
destruições gigantescas.
As extinções em massa têm influência-chave na história da
vida na terra. Os dinossauros morreram há cerca de 65 milhões de anos na grande
destruição do período cretáceo, que também pôs fim a cerca de metade das
espécies de invertebrados de água rasa.
Luis e Walter Álvares, Frank Asaro e Helen MICHAEL propuseram
a hipótese que um grande asteróide, com cerca de dez quilômetros de diâmetro,
chocou-se com a terra e depositou o irídio há cerca de 65 milhões de anos.
David Raup e Jack Sepkoski, trabalhando com amplas
compilações das épocas de vida e morte de famílias fósseis, descobriram uma
periodicidade de 26 milhões de anos nas extinções durante os últimos 225
milhões de anos.
Walter Alvarez e Richard A Muller descobriram periodicidade
semelhante em ritmo e intervalo (28,5 milhões de anos), aos picos de extinção
de Raup - Sepkoski, em crateras de impacto bem datado da Terra, com diâmetros
de mais de dez quilômetros.
Que objetos extraterrestre poderia introduzir irídio, mas
também atingir a Terra com um ritmo coerente?
O pensamento deslocou-se de asteróides para cometas.
Bilhões de cometas circundam o sol num envoltório chamado
nuvem de Oort, localizado bem além da órbita de Plutão.
Podemos identificar duas posições extremas como guias para a
interpretação do padrão da vida no tempo. A primeira sustenta que a competição
entre as espécies impele à história da vida e especifica as suas mudanças
estáveis. Mesmo que os meios ambientes fossem perfeitamente constantes, a
evolução continuaria, já que os organismos lutam com outros na corrida pela
vida.
A segunda é que se as extinções em massa são tão profundas
em seus efeitos, e causadas fundamentalmente por agentes tão catastróficos em
impacto e tão completamente além do poder de antecipação dos organismos, então
a historia da vida tem uma aleatoriedade irredutível ou opera através de novas
e desconhecidas regras de perturbações, não por meio de leis que regulam a
competição previsível em tempos normais.
A partir disso podemos considerar três questões:
1 - Quanto dos 26 milhões de anos entre catástrofes são
necessários para que a vida recupere a sua antiga riqueza (em número de
espécies e complexidade ecológica)?
2 - Os padrões de quem morre e de quem sobrevive a uma
catástrofe são coerentes com remoções do campo da vida puramente aleatórias? Se
a aleatoriedade não funcionar, as regularidades da extinção em massa
testemunham regras diferentes das que governam a ordem dos tempos normais entre
catástrofes?
3 - Por que as extinções cíclicas são tão diferentes no que
se refere à força (uma que varre mais de 90 % das espécies, outras que se
elevam tão pouco acima dos níveis de fundo que necessitamos dos dados refinados
de Sepkoski para reconhecê-los)?
Grandes extinções
significariam mais cometas; pequenas extinções, menos cometas? As coisas não
costumam ocorrer de uma forma tão mecanicamente simples. Acredito que devemos
lembrar-nos de correlatos terrestres, como nível do mar, erupções vulcânicas,
alterações climáticas, etc. Suspeito que precisamos de uma perspectiva inversa,
uma que leve em conta os dados terrestres, pois eles são provavelmente, não as
causas, mas os principais reguladores do rigor. Quando os cometas atingem uma
biosfera enfraquecida por outros motivos, seguem-se extinções atipicamente
grandes.
Ela ataca aleatoriamente ou de acordo com regras que
transcendem os planos e os propósitos de qualquer vítima.
"Penso, logo existo! É nesse "logo" que tropeço. Vamos reformular para Penso que sou, ou Creio que sou. Ou ainda Sinto que sou. Esta última parece-me mais verdadeira; porque "penso que sou" não implica que eu seja. Nem tampouco "creio que sou". Já em "sinto que sou" sou parte e juiz. Sofro, respiro, sorrio, sinto ..., logo sou. Sou sem pensar que com esse ato pensante tomo consciência de meu ser. Se não se pode pensar sem ser, pode-se ser sem pensar! ( Interpretação livre de Gide e Descartes). Satyât Nâsti Paro Dharmah
Não busques no futuro encontrar um dia o passado. Aprende com a novidade desemelhante de cada momento. Quando não puderes dizer tanto melhor, diz não faz mal. Há nisso grandes promessas de felicidade. Aprende que nossos atos prendem-se a nós como a luz do fósforo: fazem nosso resplendor, é verdade, mas tão somente à custa de nosso desgaste. (André Gide). Satyât Nâsti Paro Dharmah
Aleph, nome da primeira letra do alfabeto hebreu. Na cabala significa a En-Soph, o lugar do conhecimento total. O ponto a partir do qual o espírito distingue de um só golpe a totalidade dos fenômenos, das suas causas e de seus sentidos. Numerosos textos dizem que essa letra tem a forma de um homem que mostra o céu e a terra, para indicar que o mundo de baixo é o espelho e o mapa do mundo de cima. O ponto para além do infinito, o Ponto Ômega, de Telhard De Chardin e a finalidade da Grande Obra dos alquimistas. O argentino Jorge Luis Borges consagrou-lhe a sua mais bela e surpreendente novela, dando-lhe o significativo nome "O Aleph". Eis a seguir o excerto da novela O Aleph, de Borges: "... Por baixo do degrau, para a direita, vi uma pequena esfera com um brilho quase intolerável... O diâmetro do Aleph devia ser de dois a três centímetros, mas o espaço cósmico estava dentro sem redução. Vi o mar populoso, via a madrugada e a noite, vi as multidões da América, vi uma teia de aranha prateada no centro de uma pirâmide negra, vi olhos intermináveis fixos em mim. ... Vi a circulação do meu sangue Obscuro, vi a engrenagem do amor e as alterações da morte, vi o Aleph de todos os pontos, vi no Aleph a Terra e na Terra de novo o Aleph, vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto e senti vertigem e chorei, por que meus olhos tinham visto esse objeto secreto e conjetural, cujo nome os homens empregam indevidamente: o inconcebível universo. Satyât Nâsti Paro Dharmah