sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Singularidade

 Nossa única responsabilidade é produzir algo mais inteligente do que nós.

Quaisquer outros problemas não nos cabe  resolver.

Não há problemas difíceis, só problemas que são difíceis para um certo nível

de inteligência.

Mova-se alguma coisa para cima ( no nível de inteligência) e alguns problemas

irão deslocar-se de repente, de "impossível", para "óbvio".  Suba-se um grau

considerável para cima, e todos eles ficarão óbvios.  Eliezer Yudkoswsky.

 




segunda-feira, 12 de outubro de 2020

 Falando Sobre o Paranoico John Birch Blues. Bob Dylan

( Qualquer semelhança com a paranoia que atinge um certo país latino-americano é mera coincidência.)

 


Bem, eu estava sentindo triste e na fossa

Eu não sabia o que diabos eu iria fazer

Os comunistas estavam vindo

Eles estavam no ar

Eles estavam no chão

Eles não deixariam em paz

Então eu corri o mais rápido possível

E me juntei a Sociedade de John Birch

Eu ganhei um cartão de membro secreto

E comecei a andar pela estrada

Yee-hoo, Eu sou um verdadeiro John Bircher agora!

Vejam comunistas!

Agora todos nós concordamos com a visão de Hitler

Apesar que ele matou seis milhões de judeus

Não importa tanto se ele era um fascista

Pelo menos não pode dizer que ele era comunista!

Isso é como dizer que se você ficar com frio, você toma uma dose de malária

Bem, eu estava procurando pelos malditos comunistas

Eu levantei de manhã e olhei debaixo da minha cama

Olhei na pia, atrás da porta

Olhei no porta-luvas do meu carro

Não consegui encontrá-los

Eu estava procurando em cima e embaixo pelos Vermelhos em todo o lugar

Eu estava olhando na pia e por baixo da cadeira

Eu olhei dentro do buraco da chaminé

Eu até olhei no fundo da minha privada

Eles escaparam

Bem, eu estava sentado em casa sozinho e comecei a suar

Eu imaginei que eles estivessem na minha TV

Espiei atrás do quadro de imagem

Tomei um choque pelo meu pé, batendo direto no cérebro

Os comunistas fizeram isso!

Eu sei que eles fizeram, os cascas-grossas

Ora, eu me demiti do meu trabalho para que pudesse trabalhar sozinho

Então mudei meu nome para Sherlock Holmes

Segui algumas pistas da minha mochila de detetive

E descobri que tinha listras vermelhas na bandeira americana!

Aquela velha Betty Ross

Bem, eu investiguei todos os livros da biblioteca

Noventa por cento deles foram queimados

Eu investiguei todas as pessoas que conheço

Noventa e oito por cento delas tem que ir

Os outros dois por centos são colegas Birchers, assim como eu

Agora Eisenhower é um espião russo

Lincoln, Jefferson e aquele cara do Roosevelt

Para mim só tem um homem

Que é um verdadeiro americano: Geroge Lincoln Rockwell

E sei que de fato odeia comunas porque ele vetou o filme Êxodo

Ora, eu comecei a pensar direito

Quando eu fiquei sem coisas para investigar

Não conseguia imaginar fazendo qualquer outra coisa

Então agora eu tô sentado em casa investigando a mim mesmo!

Espero que eu não descubra nada, hmm, bom Deus!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Escândalos no Palácio

E.
Nada ouviste dizer a respeito da....?

M.
Nenhuma palavra. Raramente apareço no....

E.
A coisa é certa. S contou-me tudo hoje.

M.
Como assim?

E.
Mete nojo. Ele...

M.
Ah!

E
Finalmente. Deu-se.... Quanto tempo.

M
Pobre  criatura!

terça-feira, 8 de abril de 2014

Extinções em massa

"Criação e destruição são como dois lados de uma moeda: a manhã morre para dar luz à tarde. A tarde morre quando nasce a noite. Nesta cadeia de nascimento e morte, o dia é mantido" - assim como os equilíbrios da historia da vida originam-se de recuperações criativas que sucedem destruições gigantescas. 


As extinções em massa têm influência-chave na história da vida na terra. Os dinossauros morreram há cerca de 65 milhões de anos na grande destruição do período cretáceo, que também pôs fim a cerca de metade das espécies de invertebrados de água rasa. 
Luis e Walter Álvares, Frank Asaro e Helen MICHAEL propuseram a hipótese que um grande asteróide, com cerca de dez quilômetros de diâmetro, chocou-se com a terra e depositou o irídio há cerca de 65 milhões de anos.
David Raup e Jack Sepkoski, trabalhando com amplas compilações das épocas de vida e morte de famílias fósseis, descobriram uma periodicidade de 26 milhões de anos nas extinções durante os últimos 225 milhões de anos.
Walter Alvarez e Richard A Muller descobriram periodicidade semelhante em ritmo e intervalo (28,5 milhões de anos), aos picos de extinção de Raup - Sepkoski, em crateras de impacto bem datado da Terra, com diâmetros de mais de dez quilômetros.
Que objetos extraterrestre poderia introduzir irídio, mas também atingir a Terra com um ritmo coerente?  O pensamento deslocou-se de asteróides para cometas.
Bilhões de cometas circundam o sol num envoltório chamado nuvem de Oort, localizado bem além da órbita de Plutão.
Podemos identificar duas posições extremas como guias para a interpretação do padrão da vida no tempo. A primeira sustenta que a competição entre as espécies impele à história da vida e especifica as suas mudanças estáveis. Mesmo que os meios ambientes fossem perfeitamente constantes, a evolução continuaria, já que os organismos lutam com outros na corrida pela vida.
A segunda é que se as extinções em massa são tão profundas em seus efeitos, e causadas fundamentalmente por agentes tão catastróficos em impacto e tão completamente além do poder de antecipação dos organismos, então a historia da vida tem uma aleatoriedade irredutível ou opera através de novas e desconhecidas regras de perturbações, não por meio de leis que regulam a competição previsível em tempos normais.
A partir disso podemos considerar três questões:
1 - Quanto dos 26 milhões de anos entre catástrofes são necessários para que a vida recupere a sua antiga riqueza (em número de espécies e complexidade ecológica)?
2 - Os padrões de quem morre e de quem sobrevive a uma catástrofe são coerentes com remoções do campo da vida puramente aleatórias? Se a aleatoriedade não funcionar, as regularidades da extinção em massa testemunham regras diferentes das que governam a ordem dos tempos normais entre catástrofes?
3 - Por que as extinções cíclicas são tão diferentes no que se refere à força (uma que varre mais de 90 % das espécies, outras que se elevam tão pouco acima dos níveis de fundo que necessitamos dos dados refinados de Sepkoski para reconhecê-los)?
 Grandes extinções significariam mais cometas; pequenas extinções, menos cometas? As coisas não costumam ocorrer de uma forma tão mecanicamente simples. Acredito que devemos lembrar-nos de correlatos terrestres, como nível do mar, erupções vulcânicas, alterações climáticas, etc. Suspeito que precisamos de uma perspectiva inversa, uma que leve em conta os dados terrestres, pois eles são provavelmente, não as causas, mas os principais reguladores do rigor. Quando os cometas atingem uma biosfera enfraquecida por outros motivos, seguem-se extinções atipicamente grandes.
 Ela ataca aleatoriamente ou de acordo com regras que transcendem os planos e os propósitos de qualquer vítima.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Penso...


"Penso, logo existo! É nesse "logo" que tropeço.
Vamos reformular para Penso que sou, ou Creio que sou. Ou ainda Sinto que sou.
Esta última  parece-me mais verdadeira; porque "penso que sou" não implica que eu seja. Nem tampouco "creio que sou". Já em "sinto que sou"  sou parte e juiz. Sofro, respiro, sorrio, sinto ..., logo sou. 
Sou sem pensar que com esse ato pensante tomo consciência de meu ser.
Se não se pode pensar sem ser, pode-se ser sem pensar!
( Interpretação livre de Gide e Descartes).
                                                              Satyât Nâsti Paro Dharmah

segunda-feira, 24 de março de 2014

FRUTOS DA TERRA - Ronda

Não busques no futuro encontrar um dia o passado. Aprende com a novidade desemelhante de cada momento.
Quando não puderes dizer tanto melhor, diz não faz mal. Há nisso grandes promessas de felicidade.
Aprende que nossos atos prendem-se a nós como a luz do fósforo: fazem nosso resplendor, é verdade, mas tão somente à custa de nosso desgaste. (André Gide).
                                                 Satyât Nâsti Paro Dharmah

segunda-feira, 17 de março de 2014

ALEPH


Aleph, nome da primeira letra do alfabeto hebreu. Na cabala significa a En-Soph, o lugar do conhecimento total. O ponto a partir do qual o espírito distingue de um só golpe a totalidade dos fenômenos, das suas causas e de seus sentidos.
Numerosos textos dizem que essa letra tem a forma de um homem que mostra o céu e a terra, para indicar que o mundo de baixo é o espelho e o mapa do mundo de cima. O ponto para além do infinito, o  Ponto Ômega, de Telhard De Chardin e a finalidade da Grande Obra dos alquimistas.
O argentino Jorge Luis Borges consagrou-lhe a sua mais bela e surpreendente novela, dando-lhe o significativo nome "O Aleph".
Eis a seguir o excerto da novela O Aleph, de Borges:
"... Por baixo do degrau, para a direita, vi uma pequena esfera com um brilho quase intolerável... O diâmetro do Aleph devia ser de dois a três centímetros, mas o espaço cósmico estava dentro sem redução. Vi o mar populoso, via a madrugada e a noite, vi as multidões da América, vi uma teia de aranha prateada no centro de uma pirâmide negra, vi olhos intermináveis fixos em mim. ... Vi a circulação do meu sangue Obscuro, vi a engrenagem do amor e as alterações da morte, vi o Aleph de todos os pontos, vi no Aleph a Terra e na Terra de novo o Aleph, vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto e senti vertigem e chorei, por que meus olhos tinham visto esse objeto secreto e conjetural, cujo nome os homens empregam indevidamente: o inconcebível universo.
                                                                                        Satyât Nâsti Paro  Dharmah