segunda-feira, 17 de março de 2014

ALEPH


Aleph, nome da primeira letra do alfabeto hebreu. Na cabala significa a En-Soph, o lugar do conhecimento total. O ponto a partir do qual o espírito distingue de um só golpe a totalidade dos fenômenos, das suas causas e de seus sentidos.
Numerosos textos dizem que essa letra tem a forma de um homem que mostra o céu e a terra, para indicar que o mundo de baixo é o espelho e o mapa do mundo de cima. O ponto para além do infinito, o  Ponto Ômega, de Telhard De Chardin e a finalidade da Grande Obra dos alquimistas.
O argentino Jorge Luis Borges consagrou-lhe a sua mais bela e surpreendente novela, dando-lhe o significativo nome "O Aleph".
Eis a seguir o excerto da novela O Aleph, de Borges:
"... Por baixo do degrau, para a direita, vi uma pequena esfera com um brilho quase intolerável... O diâmetro do Aleph devia ser de dois a três centímetros, mas o espaço cósmico estava dentro sem redução. Vi o mar populoso, via a madrugada e a noite, vi as multidões da América, vi uma teia de aranha prateada no centro de uma pirâmide negra, vi olhos intermináveis fixos em mim. ... Vi a circulação do meu sangue Obscuro, vi a engrenagem do amor e as alterações da morte, vi o Aleph de todos os pontos, vi no Aleph a Terra e na Terra de novo o Aleph, vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto e senti vertigem e chorei, por que meus olhos tinham visto esse objeto secreto e conjetural, cujo nome os homens empregam indevidamente: o inconcebível universo.
                                                                                        Satyât Nâsti Paro  Dharmah

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